Mauricio de Oliveira, coordenador técnico do SERC São Caetano, expõe no texto abaixo a importância no lúdico nas aulas de iniciação e aprendizagem infantil de natação, segundo ele, “desde a mais tenra idade, deve ser oportunizada a utilização de jogos e brincadeiras influenciando positivamente o aprendizado da natação infantil”.
A natação para crianças deve ter como básico o objetivo formativo, que como o próprio nome diz, cuidará do desenvolvimento de suas potencialidades como um todo, auxiliando desta forma no crescimento harmonioso da criança. Como o meio líquido é um lugar curioso e ainda inexplorado pela criança, é imprescindível que o professor faça uso das atividades lúdicas como forma de estimular a imaginação, a participação e a integração das crianças no ambiente e nas atividades de aula.
Se você perguntar á uma criança de 3 a 6 anos o que ela mais gosta de fazer na piscina, de certo, a resposta mais comum será o ato de brincar, ou de fazer alguma atividade divertida que ela experimentou.
É inerente á criança o desejo de estar na piscina desde a mais tenra idade, e este local pode se tornar muito mais atrativo quando apresenta temperatura agradável, cores claras, desenhos no seu entorno, materiais coloridos diversificados e até mesmo musica ambiente com temas infantis.
O primeiro passo a ser dado pela criança é a adaptação e o domínio do seu corpo no meio líquido, sendo uma necessidade de defesa ser independente dentro d’água. Neste contexto o professor deve fazer uso das brincadeiras cantadas, fantasias e elementos que tenham significado na sua cultura, tornando assim o ambiente da aula estimulante, atrativo e alegre.
O lúdico é uma importante ferramenta quando trabalhada em conjunto com a sequência pedagógica básica de aprendizagem. Um meio facilitador do envolvimento da criança com a proposta da aula, transformando as atividades em aventuras e brincadeiras participativas cujo significado gera motivação e atrai a criança para a execução dos exercícios.
Uma aula de brincadeira não é o mesmo que uma brincadeira de aula. Deixar a criança solta, brincando livremente sem o devido direcionamento, sem que haja um estímulo didático-pedagógico, não vai conduzi-la espontaneamente ao desenvolvimento das habilidades aquáticas. É necessário que o professor incorpore a ludicidade nas atividades e objetivos do seu planejamento, como forma de engajamento da criança no processo.
A mescla de jogos e atividades pedagógicas podem realmente fazer toda a diferença no resultado final do processo de aprendizado, de modo que quando a criança se sente mais á vontade no meio líquido e se interesse de maneira espontânea pelo processo, acentua consideravelmente a progressão das atividades.
Tanto para aquela criança menos hábil, que ainda apresenta certa insegurança e dificuldade de adaptação, como para aquela que possui uma maior facilidade, as brincadeiras e a integração com o professor e demais crianças faz toda a diferença na atividade esportiva e transforma o aprendizado aquático numa relação motivacional, alegre, e de intenso prazer para o aluno.
Como cada criança possui seu próprio ritmo de desenvolvimento e adaptação, o professor deve respeitar o tempo de cada um, de modo a incentivar os avanços individuais e conduzir a aula sobre seu total controle, proporcionando situações recreativas com toda segurança, além de buscar as condições ideais para desenvolver os aspectos motor, social e cognitivo.
Brincar é uma necessidade da criança, e o bom professor saberá fazer uso deste importante artifício como meio de desenvolvimento aquático. Faça de cada aula uma oportunidade única e fantástica da criança abraçar o mundo criativo do imaginário e a pedagogia da natação.
Boas aulas!